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6 Março, 2025

Projeto artístico reinventa narrativas sobre a natureza para construir futuros partilhados entre espécies e comunidades

Projeto artístico reinventa narrativas sobre a natureza para construir futuros partilhados entre espécies e comunidades

Fotografia tirada durante uma oficina criativa realizada no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro. Crédito Palombar.

O projeto “Futuros Partilhados” da Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural vai reinventar e construir narrativas sobre a natureza inspiradas na rica tradição oral do Nordeste Transmontano, onde os animais selvagens são os protagonistas. Este projeto inovador e multidisciplinar alia a arte à conservação da natureza e tem como objetivo principal recriar histórias que conectem as comunidades humanas e a vida selvagem, desconstruindo preconceitos sobre o ambientalismo, bem como mitos associados a várias espécies, enquanto promove uma compreensão profunda e não-hierárquica das relações multiespécies e a proteção da biodiversidade.

Desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal de Miranda do Douro, Santa Casa da Misericórdia (valência de lar para idosos) e Agrupamento de Escolas deste município, tem coordenação artística de Nuno Preto e Gonçalo Mota, contando ainda com uma equipa de artistas convidados de diferentes áreas que irão contribuir em momentos específicos do projeto. É financiado pelo programa PARTIS & ART FOR CHANGE da Fundação Calouste Gulbenkian, BPI e Fundação "la Caixa". A sua fase piloto arrancou este mês e o projeto poderá estender-se até 2027.

Narrativas reinventadas com base no diálogo e envolvimento intergeracional das comunidades

Em vez de comunicar de forma unidirecional e institucional, o projeto utiliza uma metodologia colaborativa na criação artística de conteúdos e performances, com foco no diálogo crítico e reflexivo com as comunidades locais, que serão envolvidas de forma ativa na perceção e reinvenção de histórias que têm como palco principal o território onde vivem. E a abordagem é intergeracional: integra jovens com idades entre os 15 e os 18 anos do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro e idosos dos lares da Santa Casa da Misericórdia deste concelho. Todos contam e recontam para (re)construir histórias comuns, onde a compreensão, ligação e respeito pelo mundo natural do qual todos fazemos parte, dependemos e alteramos é chave.

O projeto pretende, assim, capacitar jovens, empoderar comunidades e criar espaços de diálogo nessa região do interior do país marcada pelo êxodo e isolamento. Democratizar a arte e dar voz a quem representa o passado e o futuro e criar pontes para melhor conservar a rica biodiversidade da região, com destaque para a fauna do Parque Natural do Douro Internacional.

Lobo-ibérico é uma das espécies sobre a qual recaem mais mitos e crenças populares. Fotografia Palombar.


Oficinas criativas: rede colaborativa vai construir futuros partilhados


A recriação dessas narrativas, baseada numa rede colaborativa de artistas, cientistas e comunidades, será feita através de oficinas criativas multidisciplinares e irá materializar-se por meio da produção de publicações de áudio, vídeo e texto numa plataforma digital, criação teatral e cinema ambiental, com o propósito de mostrar que a vida está assente em relações simbióticas, de interdependência e benefícios mútuos, e que humanos e natureza podem e devem construir futuros partilhados, onde não há hierarquia, mas sim coexistência harmoniosa e sustentável.


Comunidades locais vão ter papel ativo e chave na reconstrução de narrativas sobre a natureza. Fotografia Palombar.


Fase piloto já arrancou com primeiras oficinas no terreno


As primeiras oficinas criativas foram realizadas no dia 26 de fevereiro, no Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro e num lar da Santa Casa da Misericórdia deste concelho. Na escola, participaram alunos/as do 10.º ano, que desenvolveram práticas artísticas centradas em narrativas, vídeo etnográfico e música, com uma forte componente de sensibilização ambiental, nomeadamente introdução à biodiversidade local. No lar, a oficina teve como objetivo a recolha, através da escuta e narração, de histórias, mitos e tradições locais.