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7 Novembro, 2022

Projeto "LIFE Aegypius return" quer duplicar casais reprodutores de abutre-preto em Portugal em seis anos

Projeto

Fotografia Palombar/DR.

O projeto "LIFE Aegypius return - consolidação e expansão da população de abutre-preto em Portugal e no oeste de Espanha" pretende, num prazo de seis anos, duplicar a população reprodutora em Portugal desta espécie atualmente em risco de extinção. Assim, um dos principais objetivos do projeto é que essa população passe dos atuais 40 casais reprodutores, para 80, bem como aumentar as colónias de quatro para cinco, entre 2022-2027. Tem um custo de mais de 3,6 milhões de euros, sendo financiado em 75% pelo Programa LIFE da União Europeia.

O projeto quer melhorar de forma sustentável o estado de conservação do abutre-preto em Portugal, através da consolidação da sua recolonização e sucesso reprodutor, da melhoria do seu habitat e da disponibilidade alimentar, bem como da minimização de ameaças.

As ações do projeto, que serão desenvolvidas em dez áreas da Rede Natura 2000, sete das quais em Portugal e três em Espanha, decorrerão na zona fronteiriça, nomeadamente nas Zonas de Proteção Especial (ZPE) Douro Internacional e Vale do Águeda; Rios Sabor e Maçãs; Vale do Côa; Serra da Malcata; Tejo Internacional, Erges e Pônsul; Mourão, Moura, Barrancos; Vale do Guadiana; Campo de Azana; Sierra de Gata y Vale de Pilas e Canchos de Ramiro y Ladronera.

O LIFE Aegypius return é desenvolvido por um consórcio que integra as seguintes entidades: Vulture Conservation Foundation (organização coordenadora do projeto), Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural, Herdade da Contenda, Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Liga para a Proteção da Natureza, Associação Transumância e Natureza, Fundación Naturaleza y Hombre, Guarda Nacional Republicana e Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade.

A sessão pública de lançamento do projeto decorreu no dia 4 de novembro de 2022, em Freixo de Espada à Cinta, tendo contado com dezenas de participantes e com a intervenção dos representantes das entidades parceiras do projeto, bem como do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária. Adicionalmente, também participaram empresários locais e pessoas das áreas do turismo, agricultura, setor cinegético, centros de recuperação, organizações de ambiente e academia.

O abutre-preto (Aegypius monachus) extinguiu-se como nidificante em Portugal no início da década de 70. No entanto, a espécie manteve-se presente na faixa fronteiriça das regiões centro e sul, com indivíduos provenientes de Espanha. Só em 2010 o abutre-preto voltou a nidificar em Portugal, no Parque Natural do Tejo Internacional. Em 2012, registou-se o primeiro casal nidificante no Parque Natural do Douro Internacional e, em 2019, o segundo. Esta espécie só tem uma cria por época de reprodução, o que a torna ainda mais vulnerável no que se refere ao seu sucesso reprodutor. Por ter uma população extremamente reduzida, o abutre-preto está classificado como “Criticamente em Perigo” no território nacional, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal.

O projeto “LIFE Aegypius return” é cofinanciado pela Viridia – Conservation in Action e pela MAVA – Foundation pour la Nature.