3 Setembro 2025
Manifesto por um pacto nacional pela floresta e pelo território

Incêndio que devastou, em agosto deste ano, o Parque Natural do Douro Internacional. Fotografia de drone/Faia Brava.
É urgente um pacto nacional que defenda a floresta, o território e o futuro do país. São já 23 as organizações não governamentais e/ou associações de ambiente que se juntaram a uma iniciativa da SPECO - Sociedade Portuguesa de Ecologia e assinaram um manifesto por um pacto nacional pela floresta e pelo território, entre as quais a Palombar - Conservação da Natureza e do Património Rural. O manifesto está aberto à subscrição pública desde 25 de agosto. Através deste documento, mostramo-nos disponíveis para apoiar um plano de ação que tenha efeitos diretos no território. O ordenamento do território e a conservação da natureza nas suas Áreas Protegidas são as melhores ferramentas para o combate às alterações climáticas e para a sustentabilidade das populações do interior do país. Apoie e assine também o manifesto aqui.
Portugal está a arder.
Décadas de promessas falhadas e reformas inacabadas deixaram-nos reféns de um território vulnerável, despovoado e entregue ao abandono. Todos os anos repetem-se as mesmas imagens: casas em risco, pessoas em perigo, bombeiros exaustos, ecossistemas destruídos.
Isto não é inevitável. É o resultado da falta de visão e de coragem.
Não podemos continuar a entregar o futuro da floresta e do território aos ciclos curtos da política, à lógica da urgência mediática e ao improviso de medidas reativas. A tragédia dos incêndios não se resolve com mais mangueiras: exige uma transformação profunda e de longo prazo.
O que exigimos
1
Um pacto nacional de 20 a 30 anos, blindado contra ciclos eleitorais e interesses partidários, com ciência, técnica e justiça social no centro das decisões.
2
Responsabilização clara das empresas, sobretudo as que lucram com o uso da terra, floresta e energia, para investirem na prevenção, resiliência, regeneração do território e biodiversidade.
3
Escrutínio público rigoroso, com relatórios anuais independentes, auditorias abertas à sociedade e acesso transparente a dados em tempo real.
4
Estratégias territoriais diferenciadas e participativas: o minifúndio do Norte não é o montado do Sul, nem o eucaliptal do litoral é a serra despovoada do interior.
5
Um ordenamento florestal regenerativo, que respeite as características do território, reforce mosaicos de biodiversidade e limite severamente extensas monoculturas de risco.
6
Uma economia da resiliência e da regeneração, que remunere quem cuida da terra e da floresta, valorize práticas agroflorestais sustentáveis e desincentive o abandono e as monoculturas vulneráveis.
7
Aplicação justa e transparente de créditos de carbono e pagamentos por serviços de ecossistema, premiando quem implemente manchas de vegetação autóctone, promova biodiversidade, proteja solo e água.
8
Educação, cultura e cidadania territorial: para que as novas gerações cresçam conscientes do valor da paisagem, dos serviços de ecossistema e do papel coletivo na sua preservação.
9
Uma aliança entre ciência, comunidades e instituições, reconhecendo a floresta como património vivo e bem comum, cuja gestão deve servir as gerações presentes e futuras.
O nosso apelo, queremos agir!
Portugal precisa de um pacto nacional pela floresta e pelo território. Agora!
NÃO é um favor às comunidades do interior - é condição para a sobrevivência coletiva.
NÃO é um custo - é um investimento no futuro do país.
NÃO é uma escolha - é uma obrigação moral.
Convocamos a ciência, as empresas, as autarquias e os cidadãos. Convocamos todos os que recusam assistir, de braços cruzados, à destruição repetida do nosso país.
O futuro da floresta e do território é o futuro do país.
Subscritores
AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino
Aliança pela Floresta Autóctone
Almargem
Alvorecer Florestal
APTERN - Associação Portuguesa de Turismo em Espaços Rurais e Naturais
A ROCHA - Associação Cristã de Estudo e Defesa do Ambiente
Associação Famalicão em Transição
Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente
Cívis - associação para o aprofundamento da cidadania
FAPAS - Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade
GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
GlocalFaro
JPS - Juntos pelo Sudoeste, Associação de defesa dos valores naturais da região Sudoeste
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Palombar - Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural
PAS - Plataforma Água Sustentável
QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza
Reflorestar Portugal
RWSW - Rewilding Sudoeste – Associação de desenvolvimento da natureza e ambiente
SPBotânica - Sociedade Portuguesa de Botânica
SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
SPECO - Sociedade Portuguesa de Ecologia
ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável
Portugal está a arder.
Décadas de promessas falhadas e reformas inacabadas deixaram-nos reféns de um território vulnerável, despovoado e entregue ao abandono. Todos os anos repetem-se as mesmas imagens: casas em risco, pessoas em perigo, bombeiros exaustos, ecossistemas destruídos.
Isto não é inevitável. É o resultado da falta de visão e de coragem.
Não podemos continuar a entregar o futuro da floresta e do território aos ciclos curtos da política, à lógica da urgência mediática e ao improviso de medidas reativas. A tragédia dos incêndios não se resolve com mais mangueiras: exige uma transformação profunda e de longo prazo.
O que exigimos
1
Um pacto nacional de 20 a 30 anos, blindado contra ciclos eleitorais e interesses partidários, com ciência, técnica e justiça social no centro das decisões.
2
Responsabilização clara das empresas, sobretudo as que lucram com o uso da terra, floresta e energia, para investirem na prevenção, resiliência, regeneração do território e biodiversidade.
3
Escrutínio público rigoroso, com relatórios anuais independentes, auditorias abertas à sociedade e acesso transparente a dados em tempo real.
4
Estratégias territoriais diferenciadas e participativas: o minifúndio do Norte não é o montado do Sul, nem o eucaliptal do litoral é a serra despovoada do interior.
5
Um ordenamento florestal regenerativo, que respeite as características do território, reforce mosaicos de biodiversidade e limite severamente extensas monoculturas de risco.
6
Uma economia da resiliência e da regeneração, que remunere quem cuida da terra e da floresta, valorize práticas agroflorestais sustentáveis e desincentive o abandono e as monoculturas vulneráveis.
7
Aplicação justa e transparente de créditos de carbono e pagamentos por serviços de ecossistema, premiando quem implemente manchas de vegetação autóctone, promova biodiversidade, proteja solo e água.
8
Educação, cultura e cidadania territorial: para que as novas gerações cresçam conscientes do valor da paisagem, dos serviços de ecossistema e do papel coletivo na sua preservação.
9
Uma aliança entre ciência, comunidades e instituições, reconhecendo a floresta como património vivo e bem comum, cuja gestão deve servir as gerações presentes e futuras.
O nosso apelo, queremos agir!
Portugal precisa de um pacto nacional pela floresta e pelo território. Agora!
NÃO é um favor às comunidades do interior - é condição para a sobrevivência coletiva.
NÃO é um custo - é um investimento no futuro do país.
NÃO é uma escolha - é uma obrigação moral.
Convocamos a ciência, as empresas, as autarquias e os cidadãos. Convocamos todos os que recusam assistir, de braços cruzados, à destruição repetida do nosso país.
O futuro da floresta e do território é o futuro do país.
Subscritores
AEPGA - Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino
Aliança pela Floresta Autóctone
Almargem
Alvorecer Florestal
APTERN - Associação Portuguesa de Turismo em Espaços Rurais e Naturais
A ROCHA - Associação Cristã de Estudo e Defesa do Ambiente
Associação Famalicão em Transição
Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente
Cívis - associação para o aprofundamento da cidadania
FAPAS - Associação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade
GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
GlocalFaro
JPS - Juntos pelo Sudoeste, Associação de defesa dos valores naturais da região Sudoeste
LPN - Liga para a Protecção da Natureza
Palombar - Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural
PAS - Plataforma Água Sustentável
QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza
Reflorestar Portugal
RWSW - Rewilding Sudoeste – Associação de desenvolvimento da natureza e ambiente
SPBotânica - Sociedade Portuguesa de Botânica
SPEA - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves
SPECO - Sociedade Portuguesa de Ecologia
ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável